o desafio
O desafio era claro: transformar conteúdos científicos e históricos de elevada complexidade em experiências visuais acessíveis, envolventes e rigorosas.
Mais do que ilustrar, era preciso ensinar, sem perder a estética, o rigor académico e a harmonia com a museografia desenvolvida. A componente multimédia tinha de ser parte integrante da narrativa expositiva, e não apenas um adereço tecnológico.
o processo
Planeamento e curadoria
Em colaboração com a equipa científica da exposição, liderada por Henrique Leitão e com direção de arte de Luís Moreira (Overshoot Design), foram definidas as peças a desenvolver. Desde o início, o foco foi a coerência visual e conceptual entre todos os elementos da exposição.


Vídeo de morphing — “Os primeiros mapas-mundo”
Para mostrar como o conhecimento geográfico evoluiu, desenvolvemos um vídeo com técnicas de morphing entre vários mapas históricos.
Cada transição foi construída com base em pontos geográficos comuns, criando uma animação fluida que visualiza, quase poeticamente, o alargamento do mundo conhecido ao longo dos séculos.
– Vídeo de morphing: “Os primeiros mapas-mundo”


Animações Temáticas
Foram criadas cinco animações originais integradas nos painéis da exposição, animando ilustrações botânicas, instrumentos científicos e rotas marítimas. Através de técnicas de stroke animation e motion design, reproduzimos o traço das ilustrações manuais antigas, conferindo movimento, ritmo e clareza visual às peças.
– Vídeo com “ilustrações botânicas”


Planisfério de Cantino interativo
Uma das peças centrais da exposição foi um vídeo interativo com o famoso planisfério de Cantino, criado em 1502.
Desenvolvido para ecrã tátil, o conteúdo permitia explorar o mapa à época das descobertas, com navegação por setas e zonas interativas. Cada região revelava conteúdos históricos adicionais, sempre com uma interface intuitiva e totalmente integrada na linguagem visual da exposição.
– Vídeo interativo com o “planisfério de Cantino”

– Anotações para o vídeo “planisfério de Cantino”

Instalação técnica e testes
Todos os conteúdos foram preparados para projeção em contexto museológico, com especial atenção à legibilidade, cores e coerência narrativa. A equipa da UTD acompanhou a instalação e calibração técnica no local, assegurando que tudo funcionava como previsto e se integrava perfeitamente no espaço expositivo.

o resultado
A componente multimédia tornou-se um dos pilares da exposição, proporcionando momentos de descoberta, interatividade e envolvimento emocional.
O vídeo de morphing entre mapas e o planisfério de Cantino interativo destacaram-se como momentos-chave da visita, ampliando a compreensão dos temas e despertando o interesse do público.
A distinção da APOM com dois dos seus prémios mais prestigiados, Melhor Exposição e Melhor Museografia, veio confirmar o impacto desta abordagem colaborativa, onde a tecnologia está ao serviço do património e da educação.
Mais do que mostrar ciência: torná-la visível, perceptível e memorável.
Com design, rigor e uma boa dose de curiosidade, a UTD ajudou a transformar mapas, lendas e rotas em experiências vivas, com espaço para a descoberta e para o espanto.





